As Vacas do Cowparade, a Fome de Floresta e o Aquecimento Global

A primeira vez que vi a estátua de uma vaca em pleno Centro do Rio de Janeiro, não sabia nada sobre a tal “Cowparade“, mundialmente famosa e seus objetivos sociais, dos quais, na verdade, só me inteirei há muito pouco tempo.  Como a estátua estava devorando um prato de spaguete em frente ao Spoleto,  associei de imediato ao aquecimento global e pensei, do alto da minha ignorância: “devem estar fazendo uma propaganda para estimular o consumo de massas ao invés de carne, por causa do aquecimento global. Que legal!”… tsc, tsc, tsc.   Não era nada disso.  Dias depois eu vi outra vaca, no Largo da Carioca e aí percebi que não tinha nada a ver com a preocupação ambiental. Era alguma exposição, eu vira na TV, tomei profunda antipatia e esqueci o assunto. Aliás, mentira. Não esqueci. Sempre que eu passava por uma dessas vacas, ficava tentada a desenhar um Planeta derretendo. Aí ouvi dizer que estavam pichando as vacas e roubando os acessórios, achei melhor esquecer de verdade o assunto, porque poderia acabar presa por depredar patrimônio “cultural” da cidade. E ainda ia ter que dar conta das panelas e chapéus, sem saber de nenhum desses acessórios. Me contentei em desprezar as vacas e seguir meu caminho. Dia 8 deste mês eu li que as “mudanças no clima eram o maior motivo de retirada das vacas da áreas da cidade.” O excesso de sol, vento e chuva (choveu no Rio, em novembro, como não chovia há meses) vinha danificando as peças expostas, obrigando a uma rotatividade e manutenção maiores do que seria esperado. Bem, as vacas foram pro brejo e eu acabei descobrindo que essa exposição acontece anualmente (é a primeira vez no Rio de Janeiro), já tendo sido expostas em São Paulo e em Belo Horizonte, assim como em grandes capitais mundiais e o objetivo, além de divertir e inovar, tem sempre um cunho social.  Menos mal, pensei. Mas, ainda assim, apesar de gostar muito das vaquinhas enquanto animais, com sua passividade ruminante, e dos nomezinhos engraçados que eles criaram, quase sempre fazendo um trocadilho com a palavra cow (vaca, em inglês),  que é bom que se observe, nada tem a ver com o nosso idioma,  em tempos de aquecimento global e reflexão obrigatória sobre o consumo de carne, a cowparade poderia ter sido de alerta para os efeitos dos gases de efeito estufa. Uma das vacas me chamou a atenção e espero que tenha causado a mesma impressão em mais pessoas. Essa aqui,  batizada pelos criadores de “Fome de Floresta”.

Fome de Floresta

Fome de Florestas  – Artistas: Mana e Pedro Bernardes

exposta na Avenida Armando Lombardi, na Barra da Tijuca. Eu não tenho certeza mas espero que o objetivo desses artistas tenha sido alertar para a devastação das florestas causada pela criação de gado. Se foi esse o objetivo, parabéns aos criadores da única escultura criativa da exposição.  As vacas permanecerão expostas até o dia 26 e depois serão leiloadas e a renda arrecadada será entregue a uma organização social. Seria muito infeliz sugerir que os próximos eventos tivessem outros animais em exposição? Quem sabe um urso polar ou outras espécies, ameaçadas de extinção, por causa do Aquecimento Global.

Quem quiser conferir a exposição das vaquinhas, visite o link: http://rio.cowparade.com/cow/gallery  e divirta-se, antes que a vaca vá para o brejo, de vez.

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Ainda sobre vacas …  =]

Campanha de ex-mulher de McCartney liga carne a efeito estufa

Nada contra a ex de Paul, Heather Mills. O assunto importante é que ela, à frente da Organização Não-Governamental Viva!, lançou esta semana a campanha HOT, numa tentativa de convencer mais pessoas a deixarem de comer carne.

A campanha é baseada em estatísticas publicadas em um relatório da agência de Alimentação e Agricultura da ONU e em um estudo da própria ONG Viva!.

Efeito estufa

De acordo com os estudos, a criação de gado para corte e laticínios é a segunda atividade que mais emite gases do efeito estufa, atingindo 18% do total.

A propaganda compara este número com as emissões combinadas de todos os meios de transporte, que ficariam em 13,5% do total.

“Essas atividades são a maior causa de extinção de florestas e de desmatamento de florestas: 70% da Amazônia desmatada é usada como pastagem e os outros 30% para o cultivo de forragem para animais”, diz a campanha da Viva!

Nas palavras de Heather Mills, a criação de animais para abate e laticínios “é hoje uma das maiores ameaças ao nosso planeta”.

Num dos cartazes, a modelo aparece em cima de terra desertificada com a frase “Hey Meaty! You’re making me so hot!” (ei, carnívoro, você está me deixando tão quente!, em tradução livre).

A bem humorada Heather Mills, que não tem uma perna, ainda brinca em outro cartaz, com a frase: “You haven’t got a leg to stand on!” (você não tem uma perna para te sustentar, em tradução livre), que é endereçado a organizações e pessoas que se dizem ambientalistas mas continuam consumindo carne.

 

 Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/


 

O PUM DA VACA

Rio – Um vídeo publicado no site Youtube ilustra com bastante humor como os gases emitidos pelos sistema digestivo das vacas é um dos grandes responsáveis pela emissão de gás metano na atmosfera, quantia que contribuiu bastante com a elevação da temperatura do planeta.

No vídeo, a animação de uma vaquinha soltando “pum” mostra as estatísticas em torno do problema, que se agrava diante da enorme quantidade de bovinos no mundo. No Brasil, eles ultrapassam a quantidade de seres humanos. Em todo o mundo emitem cerca de 350 mil toneladas de metano anualmente.

  

De acordo com um recente relatório da ONU, os 1,5 bilhão de cabeças de gado e búfalos, mais o 1,7 bilhão de ovinos e caprinos, com suínos e aves, são responsáveis por cerca de um quinto do aquecimento da terra.

Os pesquisadores da entidade concluiram que comer menos carne é mais promissor para combater o aquecimento que comprando um carro de consumo eficiente. Pense nisso!

Fonte: http://odia.terra.com.br/ciencia