Provavelmente você nunca ouvirá de um camelô ambiental essa frase. A menos que ele seja um picareta. O crescimento no Brasil da conscientização ambiental e os vários tipos de pagamentos por serviços ambientais (PSAs), não são suficientes para um simples agricultor familiar, p.ex., almejar participar do sofisticado mercado de créditos de carbono.
COMO FUNCIONA
Este mercado funciona através da comercialização de certificados de emissão de gases do efeito estufa (GEE) em bolsa de valores (específicas), fundos ou através de broker (corretor), onde os paises desenvolvidos, que tem de cumprir compromissos de redução da emissão desses gases, podem comprar créditos derivados dos mecanismos de flexibilização. Esse processo de compra e venda de créditos (de carbono) se dá a partir de PROJETOS, como os listados abaixo.
APLICAÇÕES POTENCIAIS
O recente e crescente mercado de venda de créditos de carbono (no mercado internacional, diga-se de passagem), baseia-se principalmente nestas cinco aplicações:
1 – Eficiência energética
2 – Redução da emissão de combustíveis fósseis
3 – Fontes alternativas de energia
4 – Manejo sustentável de resíduos
5 – Florestamento e reflorestamento
Assim, projetos como os abaixo listados, podem almejar sua inclusão:
a) reflorestamento de áreas superiores a 3.000 hectares;
b) utilização energética de gases dos aterros sanitários;
c) substituição de combustíveis fósseis por biodíesel;
d) geração de energia limpa: PCH, ventos, energia solar;
e) utilização econômica de dejetos animais como biogás;
f) redução nas fábricas dos gases do efeito-estufa;
g) otimização da frota de veículos: uso de catalizadores; e
h) outros.
Fonte: www.carbotrader.com/aplicacoes_port.htm
CRITÉRIOS PARA OBTENÇÃO
Para uma empresa obter o “famoso” certificado de Créditos de Carbono, há pelo menos duas exigências fundamentais:
1o Critério: Adicionalidade; e
2o Critério: Desenvolvimento sustentável.
O segundo até que é de fácil enquadramento mas, o primeiro… sai debaixo!
Adicionalidade significa benefícios ambientais adicionais, ou seja, o projeto que pretende a certificação para obtenção dos créditos de carbono, tem de adicionar alguma vantagem, a qual não ocorreria sem este. No caso de reflorestamentos já implantados, p.ex., estes não apresentam a tal adicionalidade. Em resumo: conservação e manejo florestal, não se enquadram nos mecanismos de desenvolvimento limpo (MDLs). Mesmo os projetos de reflorestamento com área superior a 3.000 ha, têm de provar que a área estava degradada, de 1989 até hoje.
Para submeter um projeto de MDL à ONU, você deve contar com a ajuda de consultorias especializadas, que irão desenvolver toda a metodologia e acompanhar o processo de aprovação, que se inicia junto à Autoridade Nacional Designada, que no Brasil é a Comissão Interministerial de Mudanças do Clima, do Ministério de Ciência e Tecnologia:
Segundo a Ecosecurities, um projeto de MDL deve gerar, no mínimo, 10.000 RCEs (Redução Certificada de Emissão) por ano, para pagar todos os custos de transação e obter uma quantidade significativa de benefícios financeiros. A exceção fica por conta do mercado voluntário de reduções (fora do de Kioto), como a Bolsa do Clima de Chicago.
Fonte: www.carbotrader.com/aplicacoes_port.htm
Uma última coisa. Estamos mal acostumados ao querer “tudo mastigado” (refiro-me à informação), desprezando (às vezes por medo de vírus, reconheço) os links que colocamos em nossos textos (fruto, na maioria das vezes, de muita pesquisa na internet). Acontece que é lá que está “o caminho das pedras”, ou seja, toda a informação adicional que não conseguimos agregar ao nosso texto. Assim, a maioria dos internautas faz perguntas, cuja resposta está bem clara nos sites dos links que indicamos. Pare de preguiça e leia-os com ATENÇÃO. Fecha parêntesis.
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