ME DÁ UM TEMPO !

Engo. Agro. José Luiz Viana do Couto
jviana@openlink.com.br

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Uma das coisas que diferencia as pessoas bem-sucedidas das demais é o uso que elas fazem do seu tempo, diz o pedagogo Luiz Moreno (Gestor: escravo ou dono do tempo ?, Revista Gestão Educacional, novembro 2011, pág.29).
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Tirando o tempo gasto nos deslocamentos casa-trabalho, que em algumas cidades grandes, é considerável, o restante do nosso dia/noite, nós podemos “gerenciar”. Desconfie das pessoas que dizem “não ter tempo pra nada”.
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Tive um amigo que, toda noite antes de deitar, fazia uma revisão mental de como havia distribuído o seu tempo durante o dia, e o que de produtivo havia conseguido fazer. A Figura abaixo reflete mais ou menos esta filosofia. Pense!
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Figura: HOMEM PENSANDO (escultura de Rodin)
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RECOMENDAÇÕES PARA O USO DO TEMPO

1 – PLANEJAR
Adote um plano de ação para o seu dia. Não deixe que suas ocupações diárias lhe roubem o tempo de planejar.
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2 – CONCENTRAR-SE
Aqueles que têm sérios problemas com a falta de tempo estão, quase sempre, tentando fazer coisas demais simultaneamente.
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3 – FAZER PAUSAS
Trabalho contínuo por longos períodos faz com que a sua energia diminua, o tédio se instale, venha o cansaço físico e a tensão se acumule. Digo que é o [u]ócio criativo[/u] (veja o meu exemplo, ao final deste texto).
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4 – EVITAR A DESORDEM
Significa que você não vai empregar tempo em procurar as coisas. E o rendimento do seu serviço aumenta (o complemento é meu).
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5 – NÃO SEJA PERFECCIONISTA
O seu esforço para conseguir o ótimo é alcançável, reconfortante e salutar mas, o seu empenho para atingir a perfeição, é quase inatingível, frustrante e neurótico.
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6 – NÃO TENHA MEDO DE DIZER NÃO
Tem muita gente que se preocupa em não ofender os outros e acaba vivendo segundo as prioridades alheias.
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7 – NÃO ADIAR
Não faça as coisas com pressa excessiva, mas tome a iniciativa, dê o primeiro passo e continue.
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8 – CIRURGIA RADICAL
Se perde tempo com o que o aborrece (hábitos, rotinas e atividades) e o afastam dos seus objetivos, acabe com eles.
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9 – DELEGAR
Concentre-se nas questões importantes e delegue as demais (mas fique sempre de olho) para os seus subordinados.
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A MINHA EXPERIÊNCIA
Aproveite as oportunidades
Na única vez em minha vida profissional em que assumi um cargo de chefia, na década de 70, foi como Diretor do Departamento de Projetos e Financiamentos da Pesca Comercial, na Superintendência do Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE, um órgão do Ministério da Agricultura, localizado aqui no Rio de Janeiro. Mais de 130 empresas de pesca, a maioria do Sul do país, tinham liberados recursos do Imposto de Renda para aplicarem no desenvolvimento da pesca comercial. A burocracia era infernal, com dezenas de análises técnicas, administrativas e contábeis para a liberação dos recursos. Empresários ou seus prepostos visitavam diariamente minha sala, querendo saber o andamento do seu processo e a data da liberação dos recursos. Na ocasião, não havia Internet e o desvio momentâneo (do trabalho) de um dos meus funcionários para informar o andamento, era improdutivo e criava uma intimidade indesejada por um possível favorecimento. Logo no início, vendo a situação calamitosa da atividade, parei para pensar e decidi: na parte da manhã, não faria parte da rotina e a usaria apenas para PENSAR. Antes, me inteirei de toda a rotina.
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Em pouco tempo, criei um Quadro grande de camurça (com linhas de costura esticadas a letras feitas numa fita de PVC com uma maquineta manual) enfeitando a minha sala onde, nas linhas, relacionei todas as 130 empresas dependentes de liberação e, nas colunas verticais (como numa Planilha Excel), as várias etapas burocráticas que os pedidos de dinheiro feitos pelas empresas deveriam percorrer, até o final. Recomendei aos funcionários que, ao despacharem o processo de uma dada empresa de um setor para o outro, fossem até o tal quadro e espetassem um alfinete com bolinha de cor na ponta, na linha e coluna respectiva.
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Pronto. Matei 2 coelhos com uma só cajadada: resolvi o problema burocrático e fiquei com mais tempo para simplificar os formulários com a decisão final da liberação que, antigamente, tinha várias folhas e eu (com a ajuda de um amigo Economista da empresa) reduzi para apenas três.

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